segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Universo infantil: a criança como sujeito social



[1]Dóris de Fátima Reis Mendes
O conceito de infância é uma definição relativamente recente na história da humanidade. Até o século XII a criança não tinha nenhuma participação na vida social nem era considerada como um ser integrante da família, já que, por conta da falta de saneamento básico, ausência de vacinas e cuidados básicos muitas crianças eram levadas a morte, antes mesmo dos dois primeiros anos de vida. As crianças eram consideradas como “animaizinhos de estimação”, que animavam e alegravam a casa, mas que no caso de sua morte precoce eram logo substituídas por outra.
Além disso, as crianças que conseguiam sobreviver eram logo integradas a vida adulta, sem distinção de cuidados especiais para esta fase da vida. Portanto a concepção de infância da antiguidade era bem distinta da atual, pois a partir dos sete anos de idade, mais ou menos, as crianças já tinham responsabilidade de auxiliar nos trabalhos domésticos e de aprender a profissão dos pais, além de participarem de todas as questões dos adultos como festas, conversas.
Assim, a criança era considerada como um “adulto em miniatura”, um ser “anônimo”, sem direito a fala. Seres totalmente ignorados no convívio social e familiar. Não se considerava que necessitava de cuidados especiais e específicos para este momento da vida.
Com a evolução social, econômica e cultural da humanidade, com os interesses da igreja em disseminar os preceitos morais de sua doutrina, e com a criação da escola como espaço de educação e lazer, as crianças começaram a ser olhadas de uma maneira diferente.
A partir do século XVII e XVIII as concepções de infância foram sendo delineadas até se chegar a definição de que ainda hoje é utilizada de que a infância é uma fase da vida em que os indivíduos precisam de cuidados especiais e devem estar resguardados de algumas informações que podem lhes ser nocivas, para que se desenvolvam e se constituam para o futuro como indivíduos (adultos) plenos. Esta fase varia do seu nascimento até mais ou menos os dez a onze anos de idade, momento em que se inicia a adolescência, fase com características muito específicas.
Durante muito tempo a infância tem sido alvo de estudos e pesquisas e muitos tem sido os investimentos para esta fase da vida. A criança passou a ser considerada como um ser social passível de tratamento especial em todos os níveis. Na educação muitos estudiosos como Piaget e Vigotsky (embora não fossem educadores e sim psicólogos) se dedicaram a compreender como a mente da criança funciona e como ela aprende. Na economia, na indústria, a criança é o foco de grandes projetos de brinquedos, jogos eletrônicos, filmes, roupas, calçados e tantas outras parafernálias direcionadas a elas tem sido desenvolvidas a cada dia, no intuito de envolver mais e mais os pequenos infantes.
Na prática, porém, na atualidade estamos vivenciando um movimento de retorno ou retrocesso, ao momento em que o conceito de infância não era claro e definido. Isto é o que Cordeiro 2012 denomina de “cenário de crise”, crise esta “baseada em fatores oriundos principalmente da desfragmentação do núcleo familiar e do acesso ilimitado às informações próprias do universo adulto”.
O fenômeno da globalização, o alto índice de consumismo e a influência dos meios de comunicação,  junto ao público infantil, tem levado a uma “adultização” das crianças, que a cada dia mais aceleram o tempo de ser criança e são deixadas a exposição da vida adulta, da moda, da violência, da prostituição, etc.
Na mesma medida em que as crianças estão acelerando o processo de ser adulto observamos que os adultos, por sua vez estão cada vez mais “infantilizados”, ou seja: buscando medidas para se tornarem para sempre jovens. A não aceitação da natureza humana, que traz na sua essência o processo de nascer, crescer, amadurecer, envelhecer e morrer, tem sido cada vez mais negada por meio de tantas técnicas de rejuvenescimento, cosméticos, vestimentas, cirurgias plásticas entre outros.
 Além disso, a busca desenfreada pela eterna juventude é ressaltada, muitas vezes, por personalidades imaturas e infantis, que por sua vez acabam por ser responsáveis pela formação das nossas crianças que ficam perdidas neste emaranhado psicossocial a que estão expostas.
Portanto, as questões a serem tratadas em relação à infância: corpo e arte vão muito além da observação do conceito de infância e perpassa pela análise da sociedade de consumo, deturpada e repleta de ilusões que atingem em cheio os relacionamentos entre adultos e crianças. As relações de hoje entre pais e filhos, professores e alunos, resultam no adulto de amanhã que é impregnado das impressões que guardam de suas referências da infância, de seus heróis e de seus modelos.
A infância é sim uma fase primorosa da vida do ser humano e como tal deve ser considerada, para que não estejamos, nós adultos, formando as próximas gerações inseguras, doentes, descontentes e revoltadas com sua condição humana.


[1] Pedagoga, especialista em Administração Educacional e Língua Portuguesa. Mestre em Estudos Linguísticos. Membro da Academia Trindadense de Letras Ciências e Artes. Membro associada do Rotary Club de Trindade.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Marca de 100 exemplares vendidos após dez dias de lançamento

O livro Tempo de Poesia: poemas para ler e brincar foi lançado no dia 18 de outubro do corrente ano em uma bonita festa na sede do Rotary Club de Trindade.


O momento contou com a participação de personalidades ligadas à educação, as artes e a cultura do município de Trindade. Muitas crianças também participaram da festa e curtiram o momento de alegria e descontração.
Dóris Reis (autora) e Wanuse Lopes ( ilustradora)

Henrique Fróes curtindo as ilustrações do livro

Dóris Reis e Wilson de Paiva ( presidente da ATLECA)

Dóris Reis e Maria das Dores ( Subsecretária  de Educação de Trindade)

Dóris Reis e Prof. Iracy Borges

Dóris Reis e Ana Cláudia ( Secretária de Educação do Município de Trindade

O livro teve uma ótima aceitação e já chegou a marca de 100 exemplares vendidos após dez dias de lançamento.
O livro está a venda na livraria Opção ( ao lado da entrada dos alunos do Colégio Aphonsiano) e o preço de lançamento e de R$10,00.
Wenderson e Pâmela ( artistas que encenaram os poemas do livro)



terça-feira, 4 de setembro de 2012

Tempo de Poesia: poemas para ler e brincar

Será lançado em outubro o livro "Tempo de Poesia: poemas para ler e brincar" da autora Dóris Reis, com ilustrações de Wanuse Lopes e apresentação de Maria Helena Guimarães.
O livro traz poemas simples relacionados ao cotidiano da criança e sua relação temporal com a vida.
Os textos são fáceis e a ilustração conversa com os poemas de uma forma muito sensível e delicada.
A autora é goiana de nascimento e trindadense de coração e expõe na sua primeira publicação seu desejo de atingir o público infantil e também a professores de anos iniciais.

Wanuse Lopes é artista plástica que tem sua primeira experiência em ilustração literária. Seu desenho deu vida aos poemas de Dóris Reis, trazendo alegria e cor aos textos escritos por ela. O conjunto de poemas e ilustrações trouxe um belíssimo contraste entre cores e sons, que corrobora com a proposta de ler e brincar com as poesias. Maria Helena, apresenta o livro fazendo uma viagem pelo universo da poesia infantil e contextualizando o trabalho ao imaginário da criança, tão presente nesta obra. Ressalta o estilo e a cadência dos poemas intencionalmente preparados para a brincadeira dos ritmos e sons.

O livro pretende ser uma contribuição ao universo da literatura infantil para enriquecer as possibilidades de aprendizagem prazerosa nas escolas e também uma opção a mais para pais e educadores no mundo da escrita poética para encantar as crianças.
O lançamento está previsto para a segunda quinzena de outubro pela editora Kelps.